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O evento fez parte da Semana Universitária, durou dois dias e teve como participantes alunos principalmente de engenharia
Foto: Amanda Corcino
Uma hackathon é uma maratona de programação computacional. O nome vem do inglês e é a junção da palavra marathon, que quer dizer maratona, e do verbo to hack, que significa quebrar, fatiar e é utilizado na linguagem da computação como a ação de acessar arquivos ou informações de rede, indo contra um sistema. O objetivo das hackathons é imergir na programação a fim de subverter um sistema. Foi com esse objetivo que o Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru/UnB) sediou a Hackathon de Segurança nos dias 24 e 25 de outubro, pensada para propor soluções para a segurança no campus.
A ideia do evento veio de um incômodo da estudante do 10º semestre de Engenharia de Produção Ana Carolina Zimmermann, que sempre se sentiu insegura na Universidade. Depois de ouvir histórias de vários arrombamentos de carros na Faculdade de Tecnologia (FT) e ver amigos passando por esses problemas, Ana Carolina conversou com algumas pessoas sobre maneiras de propor soluções para isso. Foi então que a ideia do evento surgiu e ganhou o apoio do Dextra, projeto de extensão que funciona como incubadora de ideias, da Integrar, iniciativa que tem como objetivo acelerar a criação de oportunidades para estudantes da UnB e do Ceftru/UnB, que cedeu o espaço para a realização do evento.
A hackathon durou dois dias. No primeiro dia, houve um alinhamento, apresentação do problema e uma dinâmica para instigar o trabalho em equipe e inspirar os participantes a de fato executar o que planejam. Logo em seguida, André Eloy deu uma palestra sobre Design Thinking, metodologia usada no desenvolvimento da hackathon. Depois disso, os participantes fizeram um brainstorm sobre os principais problemas de segurança da Universidade. A partir disso foram selecionados os três principais problemas: acesso a informação sobre segurança na UnB, mineração de dados (exploração de dados identificando insumos e/ou anomalias) e comunicação interna dos estudantes com a segurança do campus. Os participantes foram divididos em três grupos e cada um ficou responsável por um problema. Após isso, os grupos discutiam, apresentavam e partiam para o desenvolvimento de suas ideias.
No segundo dia, a etapa de desenvolvimento continuava até as 18h. Ao fim do dia, os participantes tinham de apresentar soluções a uma banca de avaliadores, composta por Pastor Taco, coordenador do Ceftru, Daniel Sandoval, dono da Loop – Computer Engineering, e Carlos Benner, professor de Administração da UnB. Os jurados votaram na melhor ideia e o grupo desenvolvedor ganhou um curso de produtividade, oferecido pela Integrar.
A ideia vencedora foi a do aplicativo Alert Me, desenvolvido pelos estudantes Téo Moura e Hugo Honda, do 9º semestre de Engenharia de Computação, e Matheus Bafutto e Lucas Bamidelli, do 7º e do 5º semestre de Engenharia Elétrica, respectivamente. A solução desenvolvida consiste em um app, acionado pela pessoa que irá passar por uma situação de risco, caminhar pela Universidade à noite, sozinho, por locais ermos, por exemplo. O app é conectado ao fone de ouvido, que, ao ser desplugado do telefone, envia um email para um contato de segurança com a identificação da pessoa dona do telefone, sua localização e horário do ocorrido. “A nossa ideia era ter um botão de emergência com você, sem ter que comprar nada além do que você já tem, utilizando um recurso [o celular] que a maioria das pessoas da Universidade tem”, diz Hugo.
Da esquerda para direita estão Lucas Bamidelli, Téo Moura, Hugo Honda e Matheus Bafutto; idealizadores do Alert Me, solução vencedora. Foto: Amanda Corcino
Assista ao vídeo da apresentação do Alert Me para os jurados:
As outras ideias foram a do Manual de Segurança da UnB, que ficou em 2º lugar, e a do Light Belt, que ficou em 3º. A de 3º lugar veio de um grupo que pensou em soluções para o problema acerca da iluminação pública. Eles propuseram a criação de um light belt, um tipo de “botão” que seria preso aos postes da Universidade e, sempre que uma pessoa estivesse em situação de risco, apertaria o botão e uma luz se acenderia e um alarme tocaria. O grupo que ficou em 2ª lugar foi responsável por pensar em soluções para a falha na comunicação e dificuldade de acesso a informação. Eles propuseram um Manual de Segurança da Universidade, que consiste em um site que funciona como banco de informações no qual qualquer pessoa poderá ter acesso a orientações sobre como agir em casos de furto, arrombamento de carros e violência no campus.
Os meninos do Alert Me fizeram o aplicativo em código aberto, ou seja, os códigos de programação do app estão disponíveis em um servidor e qualquer um pode ver e trabalhar no aprimoramento da ideia.
Veja mais informações no evento do Facebook.