Afirmação da professora foi feita em oficina que integrou a Semana Universitária de 2016, que levou diversas atividades a todos os campi
Foto: Gabriela Brito
“Não há crise. Há apenas uma readequação”. As palavras são da professora da Universidade Católica de Brasília (UCB) Renata Giraldi, e foram proferidas na manhã da quinta (27/10), durante a palestra “Teorias do Jornalismo: seleção e construção da notícia”, que a Faculdade de Comunicação recebeu pela Semana Universitária de 2016. Giraldi e o repórter do SBT Thiago Nolasco, convidados pela professora Ana Carolina Kalume, debateram com os presentes aspectos básicos de teoria e de prática na rotina produtiva do jornalismo.
Num primeiro momento, Thiago Nolasco abordou como são divididas as tarefas em uma redação de TV. O repórter, que atualmente trabalha para o jornal SBT Brasil e possui 13 anos de experiência em televisão, utilizou vários exemplos de reportagens feitas por ele.
Na sequência, Renata Giraldi expôs três teorias: agendamento, gatekeeping e newsmaking. Em sua fala, trouxe exemplos políticos da agenda pública atual e levantou a discussão sobre o conceito de manipulação supostamente exercida pela mídia.
Público
No público da oficina, nem todos eram estudantes da FAC. A jovem Fernanda Gonçalves, 17 anos, ainda estuda para o vestibular. Ela conta que ficou sabendo da palestra por meio do namorado, que já é estudante da Universidade. “O Enem está chegando, eu pretendo cursar Jornalismo, e essa conversa me ajudou muito a compreender mais claramente como funciona o mercado de trabalho da profissão. Estou animada e confiante na minha escolha.”
Já Juliana Menezes, 19 anos, estuda Direito na faculdade Estácio. Esteve na aula por indicação de amigos, e também gostou do que ouviu. “É importante compreender a mídia. Não é cem por cento a minha área, mas falamos de Lava-Jato, de políticos, de temas que sempre serão do domínio público. Aqui me foram dados conhecimentos básicos sobre o jornalismo.”
Tecnologia
Um dos temas mais reiterados por Nolasco e Giraldi é a necessidade de utilização dos recursos audiovisuais e gráficos de modo a dinamizar a informação.
“O mercado para os jornalistas que trabalham bem com o link ao vivo continua crescendo pois a audiência demanda imediatismo e urgência nas informações”, afirma o repórter.
Giraldi concorda, e relata que muitas demissões de jornalistas mais velhos se dão pela falta de adaptação às novas tecnologias. “Crise é uma palavra muito forte, carregada de significados e preconceitos. O jornalismo não está em crise. Ele está se reinventando, absorvendo novas demandas. Os profissionais que não acompanham ficam para trás.”