Professores da FAC expõem projetos de destaque produzidos por alunos
- Gabriela Brito
- 28 de out. de 2016
- 4 min de leitura
O objetivo era estimular ainda mais a produção e enaltecer a qualidade do material produzido na faculdade Em meio à programação da Semana Universitária da Universidade de Brasília (UnB), a Faculdade de Comunicação (FAC) promoveu, na quarta-feira (26), um encontro para expor os trabalhos de excelência desenvolvidos por alunos da faculdade. A iniciativa partiu dos professores Wagner Rizzo, Gabriela Freitas e do diretor da FAC, Fernando Paulino. O diretor explica que o objetivo foi “demonstrar a excelência dos trabalhos da FAC e estimular os estudantes a experimentar e levar o resultado das atividades a grandes eventos”, como a Exposição de Pesquisa Experimental em Comunicação (Expocom), que integra a programação do Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação e premia trabalhos experimentais de alunos de graduação. (Confira aqui nossa matéria sobre alunos da UnB que venceram a etapa nacional do prêmio.) Um dos trabalhos apresentados de fato chegou à Expocom. “Cidadezinha Qualquer”, série de reportagens em áudio desenvolvida pelos recém-formados em Jornalismo Gustavo Garcia (24) e Fernando Jordão (22) como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), venceu este ano a etapa regional do prêmio, no Centro-Oeste, na categoria de Melhor documentário jornalístico e grande reportagem em áudio e rádio. O nome do projeto se apropriou do título do poema de Carlos Drummond de Andrade, em que o poeta descreve o tédio das cidades pequenas: “Êta vida besta, meu Deus”. Os seis episódios produzidos por Gustavo e Fernando propõem exatamente o contrário: quebrar esse estereótipo da monotonia das cidades do interior e desvendar curiosidades que existem em cada uma delas. Para isso, a dupla recorreu ao Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para encontrar municípios perto de Brasília que possuíssem menos de dois mil habitantes. Encontraram seis: São Patrício, Lagoa Santa, São João da Paraúna, Moiporá, Cachoeira de Goiás e Anhanguera. Definidos os destinos, partiam para cada um sem saber quase nada além dos dados mais básicos. A intenção, ao fazer isso, era não se predispor a formular qualquer tipo de preconceito. Os dois se basearam na figura do flâneur, o sujeito que perambula sem compromisso pela cidade.

Gustavo Garcia e Fernando Jordão apresentam “Cidadezinha Qualquer” para alunos da FAC No total foram 16 dias não consecutivos para apurar as informações, e fizeram tudo por conta própria (deslocamento, hospedagem, produção). Cada episódio possui em média 10 minutos. Além da vitória na Expocom Centro-Oeste, o programa foi veiculado na Rádio Câmara. “A qualidade da UnB é gritante”, afirma Gustavo. A dupla incentiva mais alunos a submeter seus projetos a grandes eventos como esse, pois a adesão de alunos da UnB ainda é baixa. Fernando complementa que “é uma oportunidade legal de vocês fazerem intercâmbio em outras universidades exatamente pra ter essa noção de que a gente está em uma das melhores universidades do país”. O professor Sérgio Ribeiro esteve presente e apoiou o projeto: “É uma ideia que tem um conceito forte e é de interesse. Vale investir. Essa produção pode ser comercializada numa programação imensa.” É possível conferir o projeto no site oficial, na página do Facebook, no Soundcloud e no Instagram. “Projeto de jovens para jovens” O projeto “Arena” também foi apresentado na manhã de quarta-feira. Trata-se de uma websérie de 10 episódios de 15 minutos que conta a história de oito personagens estudantes da UnB e a vida de cada um misturada ao ambiente universitário. “As séries sobre jovens geralmente são feitas por gente que já passou por isso há muito tempo. A gente quer fazer uma história nossa. A ideia é falar da UnB por pessoas da UnB”, conta Luyla Vieira, integrante da iniciativa e aluna do curso de Audiovisual do segundo semestre. No total, o projeto abarca 38 pessoas mais o elenco. A equipe técnica é composta por alunos do segundo, terceiro e quarto semestres de graduação de Jornalismo, Publicidade, Audiovisual e Comunicação Organizacional. O elenco envolve alunos das Artes Cênicas e de outros departamentos. Cada episódio é focado em um personagem diferente, e será dirigido por pessoas diferentes. O processo começou a tomar forma em junho, e, em quatro meses, já está em fase avançada: roteiros prontos, elenco fechado e divulgação encaminhada. O grupo conta que a página no Facebook e o canal no Youtube foram grandes propulsores da série, mesmo sem ter começado as gravações. “Em uma semana tínhamos mil curtidas e só tinha uma foto do elenco na calçada. Hoje temos quase 200 inscritos no Youtube e sem material nenhum. Foi uma das coisas que mais nos animou. Não ganhamos crédito, não temos dinheiro ainda. Então abraçamos o projeto porque acreditamos nele”, acrescenta Luyla. “É uma coisa muito arriscada pra gente, um projeto muito grande. Por mais que não saia como a gente quer, vai ser uma experiência muito boa.” Para arrecadar dinheiro para a produção, a equipe está vendendo rifas por R$ 5,00 com direito a um ensaio fotográfico. Há discussões para lançar a série durante a Semana dos Calouros no primeiro semestre do ano que vem. Se tudo correr como planejado, as gravações devem começar em novembro. Confira a sinopse: “Na UnB a pluralidade é marca registrada, e isso é o que vai determinar qual caminho um grupo de amigos pode trilhar ao longo de sua graduação. Sendo a época da vida mais cheia de decisões, como essas pessoas vão lidar com seus romances, dramas e problemas pessoais?”
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