Semana Universitária recebe Congresso de Iniciação Científica
- Thiago Melo
- 26 de out. de 2016
- 4 min de leitura
De 24 a 27 de outubro, são expostos mais de 2,3 mil trabalhos de estudantes da Universidade de Brasília (UnB) e de outras instituições do Distrito Federal. O tema deste ano é “Sustentabilidade: o futuro em nossas mãos”

A UnB sedia, entre os dias 24 e 27 de outubro, o 22º Congresso de Iniciação Científica. As produções acadêmicas das áreas de Ciências da Vida, Humanas e Exatas são apresentadas através de pôsteres no Centro Comunitário Athos Bulcão. As pesquisas foram produzidas de agosto de 2015 a julho de 2016. O evento é organizado pelo Programa de Iniciação Científica (ProIC) do Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP), em parceria com a Universidade Católica de Brasília (UCB), o Centro Universitário de Brasília (UniCeub) e o Centro Universitário do Distrito Federal (UDF).
São mais de dois mil trabalhos de diversas áreas, resultado de pesquisas dos Programas Institucionais de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC), de Iniciação em Desenvolvimento Tecnológico e Inovação (PIBITI), de Iniciação Científica nas Ações Afirmativas, além dos financiados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Também são expostos 34 trabalhos de alunos do ensino médio de escolas públicas do DF.
Na tarde da última segunda-feira (24), no auditório Joaquim Nabuco, da Faculdade de Direito, foi realizada a cerimônia de abertura do congresso. Participaram do evento o reitor da Universidade, Ivan Camargo; a coordenadora de Pesquisa e Pós-Graduação da UDF, Bernardo Petriz; a professora da UCB Silvia Alencar e a assessora de Pós-graduação e Pesquisa do UniCeub, Fernanda Costa. Os convidados ressaltaram a importância do investimento em pesquisas desde o ensino médio, para promover o conhecimento. Durante a abertura, também foram expostos trabalhos sob o tema central do congresso.

Durante abertura, professores e estudantes apresentaram trabalhos de pesquisa
Foto: Secom UnB
No segundo dia de exposição (25), milhares de estudantes, professores e outros visitantes já haviam visitado a exposição dos trabalhos acadêmicos. A estudante de Física, Bárbara Andrade, expõe um trabalho sobre uma doença circulatória resultante do acúmulo de gordura nas paredes da plaqueta. Segundo a estudante, foram necessários mais de dez meses para que ela conseguisse reunir todas as informações da pesquisa. Apesar das dificuldades, Bárbara não esconde a alegria de expor um trabalho de sua autoria em um congresso científico. “É a primeira vez que eu exponho um trabalho. Estou achando muito legal, as pessoas se interessam e eu achei muito positivo”, comemorou. Ouça mais um pouco sobre o trabalho exposto pela estudante e sua motivação e interesse pelo tema.
Já o estudante de Química, Jânio Evangelista dos Santos, expõe um trabalho que analisa a integração entre o ensino da química e da matemática nas salas de aula. O estudante acredita que o ensino da matemática deve ultrapassar a formalidade dos livros didáticos e destaca a necessidade da integração entre diferentes áreas para promover o conhecimento. “Trabalhar a interdisciplinaridade na sala de aula, muitas vezes a gente estuda matemática pra passar no vestibular, e a escola não tem essa função, é muito mais que isso”, explicou.
O trabalho resultado de um ano de pesquisas, explica Jânio, agora será levado para escolas públicas do DF, com o objetivo de facilitar o ensino básico de química e a relação com a matemática. Segundo Jânio, os visitantes têm a oportunidade de participar da vida acadêmica e ainda compartilhar o conhecimento com outras pessoas. “Eu acho que num evento como esse, num congresso científico, uma das propostas é essa, é você expor o seu trabalho, as pessoas verem e apreciarem, elas saírem com outras ideias e difundir essas ideias”, destacou. Ouça mais detalhes dados pelo estudante sobre a importância da interdisciplinaridade como foco da pesquisa.
Apesar de ser um congresso científico, engana-se quem pensa que são expostos apenas trabalhos das áreas de Ciências Exatas e da Natureza. Uma ala inteira é dedicada às áreas de Ciências Humanas e Linguagem. Um exemplo é o pôster da estudante de mestrado, Maria Clara Araújo, que envolve a relação do ensino da literatura em sala de aula.
Maria Clara explica que muitos professores veem dificuldades em ensinar literatura nas salas de aulas, e que a maioria deles acha que estudantes do ensino básico não conseguem entender textos literários. Porém, ela defende que a aprendizagem da literatura depende do tipo de texto e da motivação. “Os professores têm essa representação de que alunos de básico não são capazes de ler literatura, porque eles não têm domínio linguístico”, afirma. Ela também critica que trabalhos da área de linguagem, literatura e comunicação ainda sejam vistos apenas como teoria. Abaixo, a estudante explica melhor sobre a metodologia de sua pesquisa.
Para a professora e orientadora de Maria Clara, Adriana Santos, é fundamental que haja integralização entre todas as áreas de pesquisa e que o congresso está conseguindo cumprir o seu papel. “A língua perpassa toda e qualquer área, e a literatura é estudada pelo direito, pela psicanálise, medicina, história. A literatura é um fato”, destacou.
No dia 11 de novembro, vai acontecer a premiação de trabalhos que estão sendo expostos. Os vencedores nas três grandes áreas serão selecionados pelo Comitê Institucional Gestor do ProIC. A cerimônia de premiação ocorrerá às 15h, no auditório do Instituto de Ciência Política da UnB.
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