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Não adianta gritar, não adianta se esconder

  • Deborah Sogayar
  • 7 de out. de 2016
  • 3 min de leitura

As posições políticas no Conselho de Entidades de Base (CEB) do dia 13/09|

A situação:

No dia 13/09/2016 foi convocado um Conselho de Entidades de Base (CEB). Para quem

não sabe – eu mesma não sabia até umas duas semanas atrás – ele reúne em um mesmo

espaço-tempo os membros do DCE, representantes dos Centros Acadêmicos e alguns

estudantes que queiram participar do debate. A “polêmica” do dia envolvia conjuntura política

e a votação para a possibilidade de uma Assembleia Geral – ou seja, com todos os alunos da

UnB – que levaria a uma mobilização estudantil contra o corte governamental de 45% do

dinheiro destinado à educação. A proposta da esquerda era a paralisação como solução. Por

fim, a assembleia não foi aprovada porque não atingiu a maioria dos votos simples.

Meu comentário:

Minha primeira impressão ao chegar ao Conselho foi: “Nossa, quanta gente nesse anf”. E

a segunda foi: “Que engraçado, os CAs de esquerda estão à esquerda e vice-versa”. O que já

me deu um arrepio danado, porque, se as pessoas não conseguem nem se misturar de acordo

com sua crença política, é que a coisa está bem feia mesmo. Mas ok. Seguindo em frente...

A pauta era conjuntura política, ou seja, vários estudantes (representantes ou não dos

CAs) discutindo o momento – tenso, diga-se de passagem – da política brasileira.

Eventualmente seria votada uma Assembleia Geral, então ela meio que já estava pautada na

conjuntura. Do lado de cá, uma dúzia de “ForaTemer”, do lado de lá, nada; enquanto este

gritava, aquele ria; e quando por um momento aquele lado resolveu se pronunciar, este urrou

todo o seu ódio. E foi aí que eu vi com os meus próprios olhos uma situação para a qual já

haviam me alertado há um tempo: a esquerda da UnB é incrivelmente autoritária. Exige seu

direito de fala, mas cala o colega que tem exatamente O MESMO direito de fala que ela – um

cenário um tanto quanto assustador para mim, mas, com certeza, esclarecedor. Em

contrapartida ao problema da esquerda que fala demais e faz de menos (já explico), a direita

nem fala e nem faz (já explico também).

Explicando o fala demais e faz de menos:

Todos os participantes declaradamente de esquerda do CEB de hoje sabiam que os

participantes declaradamente de direita estavam ali para impedir a paralisação estudantil,

porque estes acreditam que parar um dia de estudos é gastar mais dinheiro, é inútil, não leva a

nada (PALAVRAS DOS PRÓPRIOS). Agora, em vez de gritar seus benditos ForaTemer, golpistas e

afins, eu me pergunto: Por que diabos eles não tentam defender sua proposta/solução para a

galera que não apoia de uma forma que eles entendam? Por que não explicar que a

paralisação é, por exemplo, apenas uma forma de chamar atenção da mídia, para que o

assunto “corte na educação” seja mais relevante? Por que não dizer que esta é apenas UMA

ação dentre as milhares que nós estudantes deveríamos fazer contra os cortes? Por que

repetir frases sabendo que eles não ouviriam? Por que não disponibilizar COM EDUCAÇÃO um

lugar de fala para a direita para que essa pudesse propor outra solução que não a paralisação?

Será isso a imposição do autoritarismo da esquerda? Fica o mistério no ar.

Explicando o nem fala e nem faz:

Basicamente, não quer debater na assembleia (votou contra) e nem quer propor uma

solução que não seja paralisação. Eu entendo que seja difícil discutir numa situação dessas,

mas se vocês são tão racionais, como não acreditam que uma contraproposta seja mais

eficiente que negar outra proposta?

Voltando... A educação não é de direita nem de esquerda. A educação é direito de todos e

numa UNIVERSIDADE deve haver espaço para coxinhas e mortadelas. O que a Assembleia quer

discutir é uma solução e uma reivindicação ao corte do governo – corte esse que vai afetar a

TODOS. Desde o morador da CEU da assistência estudantil até o mais conceituado estudante

de engenharia em seu laboratório raquítico. E a contratação de servidores? E a comida do RU?

Alguém pensou que esse dinheiro vai para isso também?

Num primeiro momento, fiquei bem triste que a Assembleia não foi aprovada. “Eles só

pensam no próprio umbigo”, “eles não conseguem ver que a educação já está precária e vai

ficar ainda mais”, “se aqui no Brasil a educação ficar uma merda, papai e mamãe pagam um

intercâmbio e tudo fica lindo maravilhoso”, eu pensava incessantemente e cada vez mais roxa

de raiva. Aí eu parei um momento: será que a esquerda está preparada para esse debate

também? Fica novamente o mistério no ar.

Um apelo:

Vamos debater com seriedade, gente. Vamos aprovar a Assembleia. Vamos esquecer a

disputa política por um instante e pensar que, direita ou esquerda, onde a bala acertar, vai

doer e vai sangrar. Vamos levantar a cabeça, tirar o olho do umbigo e mexer os músculos do

pescoço. Vamos olhar para o coleguinha do lado, não como rival político, mas como parceiro

de luta.

Vamos juntos?


 
 
 

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