Mercadinho do Brasília Shopping volta com produtos frescos e orgânicos
- Gabriela Brito
- 15 de ago. de 2016
- 4 min de leitura

Minifeira, que também oferece opções sem glúten e sem lactose, indica aumento na mudança de hábitos alimentares
No último sábado (13/8), o Brasília Shopping recebeu mais uma vez o Mercadinho do Brasília, uma minifeira de produtos orgânicos, quitutes vegetarianos e veganos que acontece todo segundo e quarto sábado do mês. O evento é uma pequena amostra do aumento da preocupação dos brasilienses com a própria alimentação e com o meio ambiente. Isso significa não só comprar de produtores locais e de pequenos empreendedores, como também buscar alimentos saudáveis que não tenham passado por um processo violento de industrialização para chegar até a mesa. Muitas vezes, isso resulta na adoção de uma dieta vegetariana ou até mesmo vegana.
Entre os motivos para se adotar uma alimentação vegetariana ou vegana estão ética (não compactuar com o abate de animais e seu sofrimento), meio ambiente (segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, gasta-se entre 10 e 20 mil litros de água para produzir um quilo de carne bovina) e a própria saúde. As nutricionistas Mariana Soares Obedi e Amanda Machado Cabral estavam no Mercadinho tirando dúvidas de consumidores sobre esse tipo de alimentação. Amanda confirma: “No geral as pessoas estão mais conscientes sobre alimentação saudável, sobre a origem dos alimentos e comer melhor, e vegetarianos e veganos aumentam como consequência”. Ela defende ser possível “usar a gastronomia a nosso favor, usando alimentos que são fonte de proteína que não necessariamente são de origem animal e se alimentar bem comendo mais vegetais”.

Angela Pimentel: “Não concordo com a maneira como tratam os animais. Consumir carne ou leite de um animal que está sofrendo, na minha opinião, não vai fazer bem para sua saúde”
Angela Pimentel, integrante da empresa Vóia e vegana, estava presente no Mercadinho do Brasília.“Não concordo com a maneira como tratam os animais. Consumir carne ou leite de um animal que está sofrendo, na minha opinião, não vai fazer bem para sua saúde”. A Vóia vende biscoitos veganos, sem glúten e sem lactose. O pequeno negócio começou há um ano e meio com a filha de Angela, que, inspirada nas receitas de sua bisavó, a quem carinhosamente chamava de “vóia”, começou a vender os quitutes. Aos poucos, o resto da família foi aderindo à iniciativa, e decidiu adotar receitas veganas. É possível encontrar biscoitos de gengibre, de brócolis e até de café, além de outros sabores que estão sendo desenvolvidos.
De acordo com a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), vegetarianismo é “o regime alimentar que exclui todos os tipos de carnes”, e pode ser classificado em quatro categorias: ovolactovegetarianismo, que inclui ovos, leite e laticínios na alimentação; lactovegetarianismo, que inclui leite e seus derivados na alimentação; ovovegetarianismo, que inclui ovos; e vegetarianismo estrito, que não consome nem utiliza nenhum produto de origem animal. Já o veganismo, ainda de acordo com a SVB, defende “o não consumo de qualquer produto que gere exploração e/ou sofrimento animal”, e, por isso, costuma adotar o vegetarianismo estrito em sua dieta.
Segundo pesquisa do Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (Ibope) realizada entre fevereiro de 2011 e fevereiro de 2012, 8% dos brasileiros – na época, 15,9 milhões de pessoas – se declaravam vegetarianos. Brasília aparecia em terceiro lugar, com 10% de vegetarianos depois de Ceará e Curitiba, com 14% e 11%, respectivamente.
MAS... ONDE COMER?
Com o número de pessoas vegetarianas e veganas crescendo, surgem cada vez mais estabelecimentos ofertando pratos voltados para esse tipo de alimentação. Além das ocasionais feiras, como o Mercadinho, os restaurantes Terra Viva (202 norte), Naturetto (405 norte), Vegan-se (406 norte) e Green’s (302 norte) são boas opções para quem deseja eliminar a carne do seu dia a dia.
Na Universidade de Brasília (UnB) não é diferente: muitos estudantes se declaram vegetarianos e veganos. Presente no Mercadinho, o mestrando Victor Cruzeiro (26) optou por cortar carne há dois anos, tanto por motivo de saúde quanto por questões éticas. A nova alimentação diminuiu suas opções de lugares para comer, mas ele garante ser possível. “Na UnB eu ainda conto com o RU, que é onde eu como quase sempre. Comer na UnB acaba sendo um pouco mais difícil mas caçando um pouco ainda têm algumas opções.”
Uma dessas opções que Victor indica é o Café Dona Neide, um dos poucos estabelecimentos que vendem salgados veganos variados: ricota com espinafre, integral com brócolis, integral com abóbora e azeitona. Segundo a vendedora Bruna Ramos, o café decidiu ofertar esse tipo de comida porque percebeu uma mudança na alimentação dos alunos da universidade. Vender alimentos veganos é também uma forma de vencer a concorrência e de chamar a atenção.
Além do Café Dona Neide, Victor também indica o restaurante Natural, no subsolo da ala norte do Instituto Central de Ciências (ICC), e as opções com queijo nos outros stands de comida. Existem ainda pessoas que vendem marrmitas veganas no ICC, como o grupo MN Vegan Joy e o StrogoVeg, que vende strogonoff vegano na entrada do ICC sul toda quinta-feira a partir de 11h30.

Café no ICC Sul oferece opções veganas variadas
Confira como foi o evento:
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