São dez dias de evento com a participação de mais de 200 escritores. Os temas deste ano dialogam com importantes discussões do cenário geopolítico internacional
Foto: Wellington Hanna
Começou hoje (21) a 3ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura. O estádio Mané Garrincha deixou de ser palco dos clássicos do esporte para promover diversas atividades culturais e homenagear grandes nomes da literatura. Até o domingo (30), mais de 200 autores brasileiros e de outros países participarão da Bienal. O evento será embalado pelo som ao vivo dos cantores Arnaldo Antunes – que se apresentará hoje, na noite de abertura –, Zizi Possi e Chico César.
Quem for à bienal, além de participar da programação, pode ajudar a expandir o acesso à literatura. Esse é um dos objetivos do evento que tem um estande direcionado para o recolhimento de doações de livros, todos os dias. O material arrecadado será distribuído entre a Biblioteca Nacional de Brasília, 26 bibliotecas públicas de várias regiões do Distrito Federal e o projeto Mala do Livro responsável pela circulação de mini-bibliotecas em residências de várias localidades no DF.
A programação este ano dialoga com as temáticas abordadas no evento, tais como o deslocamento de populações e a tragédia dos refugiados, intolerância, afetividade, gênero, meio ambiente, vida urbana e tecnologias digitais. Serão mais de 170 expositores que promoverão uma pluralidade de obras literárias, além de oficinas, seminários, mesas de debates, lançamentos de livros, palestras, shows e mostras voltados para o público de todas as faixas etárias.
Para o diretor geral da Bienal, Nilson Rodrigues, o diferencial do evento são os espaços para debates, além das exposições literárias. “Mais do que nunca precisamos pensar sobre o Brasil e o que queremos e esperamos para o nosso futuro”, considera. Para ele, a presença dos autores de outros países garante a amplitude necessária para a discussão acerca da realidade atual.
São homenageados nesta edição a poeta mineira Adélia Prado e o cientista social português Boaventura de Sousa Santos, autor do livro As bifurcações da ordem: revolução, cidade, campo e indignação, que será lançado na Bienal. Os autores participarão do evento respectivamente hoje às 20h e na próxima quinta-feira (27), no mesmo horário. Nas duas primeiras edições, foram homenageados o nigeriano Wole Syonka, o brasileiro Ziraldo, o uruguaio Eduardo Galeano e o escritor paraibano Ariano Suassuna.
As outras duas edições do evento – em 2012 e 2014 –, reuniram mais de 30 mil visitantes e 70 mil estudantes da rede pública na Esplanada dos Ministérios. Foram vendidas cerca de 785 mil obras, que movimentaram mais de R$ 16 milhões.
Para conferir a programação completa acesse o site.